terça-feira, 21 de abril de 2009

Anthocharis euphenoides

A Anthocharis euphenoides traz um brilhante colorido amarelo à primavera, pena que cada vez mais raro...
Distribuida por Portugal, Espanha e sul de França, esta espécie pode eventualmente ser localmente abundante mas especialmente em Portugal, muitas das suas populações desapareceram nos últimos 50 anos. Exemplos destas populações são as dos arredores de Lisboa como na zona de Sintra (anos 50) e na serra da Arrábida e São Luis (anos 70) enquanto as populações do curso superior do Rio Douro mantém-se mais ou menos saudáveis.
Os motivos destes desaparecimentos locais não estão bem documentados mas na zona de Sintra tal dever-se-à provavelmente à expansão urbanistica que ocupou os habitats adequados (zonas onduladas e colinas xerotermófilas com abundância da planta alimentícia, espécies perenes de Biscutella, Cruciferae). Na Arrábida o seu desaparecimento é dificil de perceber dado o relativamente rico e bem preservado coberto vegetal mas a planta alimentícia é de facto rara e desenvolve-se maioritariamente nas bermas das estradas. Se pensarmos que a vegetação destas bermas é cortada no periodo máximo de floração e voo das borboletas... é fácil daí depreender que o futuro não é fácil! Ora, o corte em Março-Abril destas bermas é feito sensivelmente desde os anos 70-80...
As fotos que se seguem foram obtidas em Gibraltar (UK) em Abril 2009.
Adulto - Amarelo vivo, nas flores onde descansa ao final do dia passa facilmente despercebido.
Larva - Coloração aposemática indicadora de toxicidade ou camuflagem nas flores amarelas de Biscutella?
Pupa - Camuflagem com os talos verdes da planta alimentícia... ou um espinho...
faltou o ovo...

3 comentários:

Luis Ferreira disse...

Adoro ver os teus artigos com vários estádios das borboletas! Enriquessem muito.

Reparei que ainda és seguidor do meu blog antigo.
Penso que ainda não adicionás-te o actual, tem imensa informação nova.
http://luisferreirafotografia.blogspot.com
Espero que gostes.
Abraço
Luis Ferreira

Rita Martins disse...

Impressionante como em 3 ou 4 dias conseguiste ver três estágios de desenvolvimento diferentes..
Bom trabalho rapaz, e obrigada pelos teus enquadramentos - eles fazem toda a diferença!

Bizlep disse...

Eduardo

Esta espécie vi uma vez e capturei um exemplar macho que deve estar na coleção do Ten-Cel António Francisco Figueira, de Rio de Mouro. Era de Vila Nova de Fozcoa, durante a Primavera de 1977, no vale onde corre um ribeiro temporário (seca no Verão) que desagua no Rio Douro, no Pocinho.

Na Arrábida ocorre E. tagis e voa do lado da estrada que vai pela parte superior...a palnta seria a mesma??

JB