quarta-feira, 29 de abril de 2009

Macaca sylvanus

Dado que recentemente estive em Gibraltar a fazer trabalho de campo, não podia deixar de registar alguns momentos junto dos mais caracteristicos inquilinos deste rochedo que, na ponta sul de Espanha, pertence ao Reino Unido.
Trata-se da unica população de primatas não-humanos existente em solo europeu e da única espécie do género Macaca fora de solo asiático.
Apesar de ser consensual que se trata de uma espécie que anteriormente habitava na Europa, nos milénios mais recentes parece que se extinguiu aqui sendo os individuos de Gibraltar provenientes do Norte de África, possivelmente trazidos pelos povos do norte de África aquando da conquista muçulmana da Península e reforçada já no século XX, após a 2ª Guerra Mundial, dado que no Rochedo de Gibraltar apenas restaram 12 indivíduos. Agora são mais de 200.
Espero que gostem!
Uma família feliz!
A descansar num sofá de rocha

Farto de fotos?
Eu gosto das tuas bolachas...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Anthocharis euphenoides

A Anthocharis euphenoides traz um brilhante colorido amarelo à primavera, pena que cada vez mais raro...
Distribuida por Portugal, Espanha e sul de França, esta espécie pode eventualmente ser localmente abundante mas especialmente em Portugal, muitas das suas populações desapareceram nos últimos 50 anos. Exemplos destas populações são as dos arredores de Lisboa como na zona de Sintra (anos 50) e na serra da Arrábida e São Luis (anos 70) enquanto as populações do curso superior do Rio Douro mantém-se mais ou menos saudáveis.
Os motivos destes desaparecimentos locais não estão bem documentados mas na zona de Sintra tal dever-se-à provavelmente à expansão urbanistica que ocupou os habitats adequados (zonas onduladas e colinas xerotermófilas com abundância da planta alimentícia, espécies perenes de Biscutella, Cruciferae). Na Arrábida o seu desaparecimento é dificil de perceber dado o relativamente rico e bem preservado coberto vegetal mas a planta alimentícia é de facto rara e desenvolve-se maioritariamente nas bermas das estradas. Se pensarmos que a vegetação destas bermas é cortada no periodo máximo de floração e voo das borboletas... é fácil daí depreender que o futuro não é fácil! Ora, o corte em Março-Abril destas bermas é feito sensivelmente desde os anos 70-80...
As fotos que se seguem foram obtidas em Gibraltar (UK) em Abril 2009.
Adulto - Amarelo vivo, nas flores onde descansa ao final do dia passa facilmente despercebido.
Larva - Coloração aposemática indicadora de toxicidade ou camuflagem nas flores amarelas de Biscutella?
Pupa - Camuflagem com os talos verdes da planta alimentícia... ou um espinho...
faltou o ovo...